quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não gosto de fundos.
Gosto de "statements", isso sim.
Mas não gosto de fundos.
Pensei " porque não dedicar-me à pintura?", mas a pintura tem uma pressão que o desenho não tem. E no desenho a forma vale por si só. Na pintura sinto necessidade de fundos. Não é uma coisa da pintura, é uma coisa minha.
Nunca senti um interesse especial pelo Hockney, mas não consigo deixar de me sentir inspirada de cada vez que olho para a sua obra.
É desenho, é pintura, é retrato sem complexos.
É aquilo que eu queria de fazer, mesmo que não fosse aquilo que gostasse de ver.
É alívio.
É fazer porque sim, porque precisa de ser feito, sem preocupações com a crítica (digo eu, não ele).
Sempre que a arte é feita sem preocupações com a crítica, é bem sucedida, mesmo que não se torne pública. A verdade tem que estar dentro da arte para que esta possa ser grande.
Gosto de formas, não gosto de fundos. Gosto de ver coisas que não gosto de fazer, e vice-versa.
O prazer de fazer, como um jogo ou uma terapia/catarse, também podem ser válidos.
Preciso fazer mais e falar menos!